Brasil: 124 personas trans fueron asesinadas en 2019, según informe

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Brasil se mantiene como el país con más asesinatos de travestis y transexuales, con 124 crímenes registrados durante 2019, reveló un reciente informe de una asociación de esta comunidad (Antra), informa Telesur.

Esto se traduce en un asesinato cada casi 48 horas. La cifra es menor a la de 2018 (163), pero duplica el número de muertes violentas de miembros de estas poblaciones cometidos el año pasado en México (65), el país que aparece segundo en la lista, según informa La diaria.

De acuerdo con la publicación, en la región noreste de Brasil se concentra el mayor número de personas trans ultimadas, con 45 víctimas. Sin embargo, es el estado de Sao Paulo donde se registraron más asesinatos de este tipo, con 21 crímenes.

De acuerdo con el estudio, 82% de las víctimas eran negras o mulatas y, en 59% de los casos tenían entre 15 y 29 años de edad. La exposición es aun mayor para quienes se dedican al trabajo sexual, especifica la Antra. Además, el documento señala que en el 80 por ciento de los casos hay evidencia de crueldad, mientras que solo el 8 por ciento tiene algún sospechoso identificado.

Sólo en 7% de los transfemicidios y travesticidios algún sospechoso fue arrestado. «La sensación de impunidad es muy grande y esto claramente alienta a que se cometan nuevos crímenes», denuncia la Antra en el informe. «Es común buscar noticias sobre asesinatos de personas trans y encontrarse con que los detenidos fueron liberados o, incluso, absueltos. La impunidad acaba reforzando ciclos de violencia y minando la confianza de las personas en las leyes», indica la organización.

Brasil es uno de los países menos seguros para vivir para quienes integran la comunidad LGBTI: se registran 11 agresiones por día contra esta población. El país cayó en el ranking de los 74 países más seguros para las disidencias sexuales, al pasar del puesto número 55 en 2018 al 68 en el último año. Pese a la alarmante cifra, el informe detalla que el número de asesinatos ha disminuido en los últimos dos años, debido a que en 2017 el registro fue de 179 y en 2018 hubo 163.

Abstinencia sexual

Dentro de los retrocesos en Brasil con respecto a los derechos sexuales, la ministra de la Mujer, Damares Alves, pastora evangélica y militante antiaborto, impulso una iniciativa destinada al público de entre 10 y 18 años. La campaña ha sido denominada ‘Plan Nacional de Prevención de Riesgo Sexual Precoz’.

El proyecto todavía en proceso –se espera lanzar en febrero a través de las redes sociales– es el resultado de un trabajo conjunto con los responsables de la campaña ‘Yo elegí esperar’, que promueve que los cristianos aguarden hasta el matrimonio para mantener relaciones sexuales.

La República


Brasil registrou 124 assassinatos de pessoas transgênero em 2019

Em 2019, pelo menos 124 pessoas transgênero, entre homens e mulheres transexuais, transmasculinos e travestis, foram assassinadas no Brasil, em contextos de transfobia. Os dados estão no relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgado hoje (29). De acordo com organização, em apenas 11 dos casos os suspeitos de terem cometido os crimes foram identificados. No relatório, a Antra faz um alerta também para o problema da subnotificação já que a real motivação dos crimes nem sempre é explicitada.

O relatório aponta que, em 2018, foram registrados 163 assassinatos. Já em 2017, foram 179 casos. De acordo com a associação, a redução dos números não representa exatamente uma queda nos índices de violência contra essa população. Para a Antra, existe aumento da subnotificação das ocorrências.

Os dados mostram ainda que, a cada dia em 2019, 11 pessoas transgênero sofreram agressões. A mais jovem das vítimas assassinadas tinha 15 anos de idade, encaixando-se no perfil predominante, que tem como características faixa etária entre 15 e 29 anos (59,2%) e gênero feminino (97,7%). A desigualdade étnico-racial é outro fator em evidência, já que 82% das vítimas eram negras (pardas ou pretas).

Em números absolutos, o estado que apresentou o mais alto índice de homicídios foi São Paulo, com 21 homicídios, quantidade 66,7% superior ao registrado no ano anterior (14). O território paulista se destaca como um dos quatro que se tornaram mais violentos para pessoas transgênero, em 2019, ao lado de Pernambuco, Rondônia e Tocantins, e também lidera o ranking quando o período de 2017 a 2019 é considerado.

Em segundo lugar na lista de 2019, está o Ceará, com 11 casos. Em seguida, vêm Bahia e Pernambuco, com 8 casos, cada; Paraná, Rio de janeiro e Rio Grande do Sul, com 7 casos, cada; e Goiás com 6 casos. Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraíba empatam com 5 casos; Espírito Santo, Pará e Rio Grande do Norte, com 4; Alagoas, Rondônia e Tocantins, com 2; e Mato Grosso do Sul, Roraima, Sergipe e Piauí, com 1.

Para combater os crimes contra pessoas transgênero, a associação cita exemplos de ações que podem ser adotadas como campanhas de prevenção à violência, denúncias que possam enfrentar a impunidade e a omissão, e a efetivação da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu a discriminação da população LGBTI como uma forma de racismo.

América Latina e Caribe

A Antra cita que, em 2018, passou a representar o Brasil no Sistema de Monitoramento da Violencia contra pessoas LGBTI na América Latina e Caribe (SinViolenciaLGBT) e que esta rede contabilizou a 1416 registros de assassinatos contra pessoas trans nos dez países que compõe a articulação (Bolívia, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Peru e República Dominicana). O balanço contou ocorrências comunicadas entre 1º de janeiro de 2014 e 20 de novembro de 2019, quando o Brasil totalizou 844 casos e teve um aumento de 60%.

Na América Latina e Caribe, lembra a Antra, a expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos. “O México ocupa o segundo lugar no mundo em crimes de ódio por transfobia. Pessoas trans nesses países não têm identidade, direitos são restritos, são constantemente expostas e violadas, sendo mortas e desamparadas. Como se isso não bastasse, também há setores da população determinados a atacá-las, machucá-las e, pior ainda, garantir que seus direitos nunca sejam garantidos”, acrescenta.

Para coibir as violências, a recomendação é de que haja engajamento do poder público e da sociedade civil.

Aplicativo

Em dezembro de 2019, a Antra lançou o aplicativo Dandarah, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). A proposta é facilitar à comunidade LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais, homens trans e intersexos) que se informe sobre as diversas formas de violência às quais está sujeita e como pode denunciá-las.

A plataforma foi projetada, inicialmente, para rodar em celulares com sistema Android, já estando disponível para download na Play Store. O nome do aplicativo foi escolhido para homenagear a travesti Dandara Ketlyn, assassinada brutalmente em 2017, no Ceará.

Conforme explica a Organização das Nações Unidas (ONU), as pessoas trans possuem uma identidade de gênero diferente do sexo que lhes foi designado no momento do nascimento. A ONU esclarece também que uma pessoa transgênero ou trans pode se identificar como homem, mulher, trans-homem, trans-mulher, como pessoa não-binária ou com outros termos, tais como terceiro gênero, dois-espíritos, travesti, gênero queer ou transpinoy. O organismo internacional ressalta ainda que a identidade de gênero difere da orientação sexual e que, portanto, pessoas trans podem ter qualquer orientação sexual, incluindo heterossexual, homossexual, bissexual e assexual.

Geledes

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