Caetano Veloso y Daniela Mercury cantan contra la censura en Brasil

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Veloso y Mercury cantan contra la censura en Brasil

Caetano Veloso y Daniela Mercury lanzaron este viernes la canción “Prohibido el carnaval”, en respuesta a los polémicos dichos de la ministra de la Mujer, la Familia y los Derechos Humanos de Brasil, la pastora pentecostal Damares Alvas. A inicios de este año, Alvas había dicho que con el gobierno de Jair Bolsonaro, “los chicos volverán a vestirse de azul y las chicas de rosa”.

“Abre la puerta de este armario, que no hay censura que me detenga. Abre la puerta de ese armario, que la alegría cura, ven a besarme”, dice la canción que lanzaron los músicos a modo de contestación a la funcionaria.

Al hablar con la prensa brasileña sobre este lanzamiento, Veloso aseguró: “Es una reacción, una respuesta a la tendencia censuradora de los poderes brasileños hoy”.

En tanto, la cantante, reconocida no solo por su labor artística sino también por ser una activista por los derechos LGTB, opinó: “Las cosas están pasando. Hay un intento de prohibir lo que no puede ser prohibido, lo que tanto luchamos para liberar. La canción habla por sí misma. Juego con el rosa y el azul para mostrar que no podemos quedarnos encerrados en una cajita”.

Radio Uruguay

Proibido o Carnaval

Por Aline Costa

A cantora Daniela Mercury lançou na última semana a música Proibido Carnaval. Mais uma composição da artista, desta vez com conteúdo político. Cantando ao lado de Caetano Veloso, o novo axé da baiana faz uma alusão a eventos recentes do cenário nacional, como no verso “e no sul, Yemanjá vai de rosa ou vai de azul?”. Ela também cita a revolta de Stonewall e dá o tom do que as LGBTs vão enfrentar no atual governo de Bolsonaro: “Abra a porta desse armário / que não tem censura pra me segurar”.

O Brasil é conhecido no mundo todo como o país do futebol e carnaval. Nada mais justo que o povo trabalhador tenha momentos de alegria e prazer, tendo em vista as lutas diárias que travam ao longo de suas vidas. Mas nem só de festa vive o povo! Prova disso são os números expressivos de ações diretas nas ruas, escolas, setores de trabalho que só avançaram de 2013 pra cá. Greves, paralisações e até festas recheadas de conteúdo político invadiram a Casa Grande e questionaram a sua ordem.

Há alguns carnavais, marchinhas como “A cabeleira do Zezé”, “O teu cabelo não nega” e “Maria Sapatão” estão na berlinda. Há mais de 50 anos sendo tocadas, supostamente sem incomodar ninguém, de uns tempos para cá, viraram objetos de discussões no movimento negro, feminista e LGBT. E com razão! As chacotas machistas, racistas, xenofóbicas e LGBTfóbicas não podem nem devem caber nas composições dos nossos blocos, nem das nossas fantasias. Aquilo que a classe dominante usa contra nós só serve para nos dividir e, portanto, não nos pertence!

Em 2018, escolas de samba nos brindaram com letras fortes e críticas sociais contundentes e diretas. A Paraíso do Tuiuti, agremiação nascida no morro de mesmo nome, em São Cristovão, no Rio, foi um desses exemplos. A escola surpreendeu o público durante o desfile com o samba enredo “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”. As críticas explícitas deixaram em silêncio os comentaristas da TV Globo, que transmite ao vivo os desfiles de Carnaval e mexeram com os brios da burguesia racista.

A Mangueira também trouxe, uma crítica direta ao atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que apareceu representado em um dos carros alegóricos como um boneco de Judas. O boneco do político evangélico era acompanhado da frase: “Prefeito, pecado é não brincar o Carnaval”. Neste ano a escola também trará um enredo marcante, abordando personagens apagados na história, incluindo a vereadora assassinada em 2018, M

Uma das alas da Acadêmicos do Tucuruvi fala sobre direitos trabalhistas e greve geral

Marielle Franco. Inclusive, a companheira de Marielle, Mônica Benício, sairá em uma das alas da verde e rosa para mostrar que o luto se transforma em luta mesmo na forma de alegoria.

Dentre tantas agremiações e enredos que entram no sambódromo de punho cerrado contra os ataques dos governos e patrões à classe trabalhadora, a Acadêmicos do Tucuruvi, escola da zona norte de São Paulo, se prepara está ano para desfilar com o tema da resistência e luta dos povos indígenas e quilombolas. Inclusive, a escola vai apresentar na avenida uma ala que fala sobre os direitos trabalhistas e fala da greve geral.

Salvador: Berço do carnaval brasileiro

A capital baiana se prepara para mais sete dias intensos de folia. No entanto, como de praxe, a segunda-feira será palco de protesto. A Mudança do Garcia, bloco que todos os anos reúne movimentos sociais e políticos em marcha para enxertar no carnaval um ato político de grande magnitude, levará mais uma vez a marca do povo lutador. Estaremos presente com nossas bandeiras!

Quatro dias depois, ainda sob o signo da folia e da luta, o 8 de Março chega reunindo a mulherada guerreira que segue marchando para barrar a reforma da previdência e exigir mais investimento nas políticas de combate a violência contra as mulheres. Será outro momento de demonstrar que não estamos nem perto de qualquer derrota!

Não é só a realidade conjuntural de crise econômica, política e a polarização social que está em voga na festa mais popular do Brasil. Pelo fato de ser popular o carnaval está sendo ameaçado pelo ultra-conservadorismo da extrema direita. A ofensiva é uma resposta ao avanço na consciência do povo ao questionar o regime e as instituições do estado. Então, a lógica é: se é proibido lutar por direitos, é proibido o carnaval!

O ano de 2019 teve início com um projeto político federal que tem por objetivo retroceder as conquistas do povo trabalhador e, especialmente, dos setores mais oprimidos, para poder manter os lucros exorbitantes dos banqueiros e multinacionais instaladas no país. A política entreguista de Bolsonaro virá violentamente contra trabalhadoras e trabalhadores, bem como contra o povo negro e pobre das periferias. Mostraremos nossa força contra isso em todos os ambientes que estivermos!

Neste carnaval vamos gritar alto contra a exploração e a opressão! Parafraseando Daniela em sua nova canção: “A mulherada comandando a batucada, o trio elétrico cantava libertando a multidão”. Juntos tremularemos no ar a bandeira vermelha do PSTU. Carnaval também tem luta!

PSTU


Letra «Proibido o Carnaval»

Daniela Mercury

Tá proibido o Carnaval
nesse país tropical
Está proibido o Carnaval
nesse país tropicalTô no meio da rua, tô louca
Tô no meio da rua sem roupa
Tô no meio da rua com água na boca
Vestida de rebeldia
provocando a fantasiaTô no meio da rua, tô louca (hum)
Tô no meio da rua sem roupa (ah é)
Tô no meio da rua com água na boca
Vestida de fantasia
provocando a rebeldiaMinh’alma não tem tampinha
Minh’alma não tem roupinha
Minh’alma não tem não tem caixinha
Só tem asinha

Minh’alma não tem tampinha
Minh’alma não tem roupinha
Minh’alma não tem não tem caixinha
Minh’alma só tem asinha

A mulherada comandando a batucada
O trio elétrico cantava libertando a multidão
Frevo fervando no Galo da Madrugada
Pernambuco não parava de fazer revolução
Filhos de Gandhy, o afoxé na resistência
O Caboclo era soldado
no Brasil da Independência

No crocodilo
Stonewall, estou aqui
no carnaval beijando free
Salvador é a nova Grécia

Quilombola, Tupinambá
O corpo é meu, ninguém toca
Vatapá, caruru
Iemanjá lá no sul
Vai de rosa ou vai de azul?

Abra a porta desse armário
que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
que alegria cura
venha me beijar
Abra a porta desse armário
que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
que alegria cura
venha me beijar

Tá proibido o Carnaval
nesse país tropical
Está proibido o carnaval
nesse país tropical

Tô no meio da rua, tô louca (a louca)
Tô no meio da rua sem roupa (uau)
Tô no meio da rua com água na boca
Vestida de rebeldia
Provocando a fantasia

Minh’alma não tem tampinha
Minh’alma não tem roupinha
Minh’alma não tem caixinha
Minh’alma só tem asinha
Minh’alma não tem tampinha
Minh’alma não tem roupinha
Minh’alma não tem caixinha
Minh’alma só tem asinha

A liberdade, a Caetanave, a Tropicália
O povo de Maracangalha
sai dançando o meu axé

O samba ensina
O samba vence a violência
O samba é a escola de quem ama
esse país como ele é

Eu falei faraó e ninguém respondeu
Quem come aqui sou eu, romeu
Libera a libido
Forró em Caruaru, é?
Vai de rosa ou vai de azul?

Abra a porta desse armário
que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
que alegria cura
venha me beijar

Abra a porta desse armário
que não tem censura pra me segurar
Abra a porta desse armário
que alegria cura
venha me beijar

Tá proibido o carnaval
nesse país tropical
Está proibido o carnaval
nesse país tropical
Axé (proibido) axé, axé, axé
(é proibido proibir) axé, axé, axé

Ficou safada

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