El Poder Judicial autoriza a Lula a dar entrevistas

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La voz de Lula en la recta final de la campaña

El Supremo Tribunal Federal autorizó hoy que Luiz Inácio Lula da Silva conceda entrevistas a la prensa derribando una prohibición impuesta por una jueza de primera instancia aliada de Sergio Moro, el responsable de Lava Jato.

La determinación del juez Ricardo Lewandowski, del Supremo Tribunal, consideró inapropiado «censurar a la prensa y limitar el derecho del preso de tener contacto con el exterior (así como) ejercer su autodefensa».

La sentencia puso fin a cinco meses y ventiún días de virtual cautiverio al que fue sometido Lula en la Superintendencia de la Policía Federal de Curitiba, donde también se le prohibió grabar spots para la campaña presidencial de su pupilo Fernando Haddad.

Lewandowski mencionó los «innumerables antecedentes» de autorizaciones libradas por el Supremo para que periodistas ingresen a presidios para realizar reportajes y que permitirlo en el caso de Lula no es más que garantizar la igualdad ante la ley. La sentencia es al mismo tiempo una victoria para el político encerrado y una bofetada para la «doctrina» de atropellos consagrada por Lava Jato. Por cierto, narcotraficantes alojados en cárceles de máximas seguridad federal fueron reporteados por la televisión brasileña.

Al restablecer el derecho a la palabra de Lula también se lo habilita para actuar de manera más explícita en la pelea presidencial. Su entrevista a Folha de San Pablo, uno de los medios autorizados, probablemente será un pronunciamiento de impacto en el electorado de cara a la primera vuelta del próximo 7 de octubre.

El 11 de septiembre, Lula, por entonces con el 40 por ciento de intenciones de voto contra el 20 de Jair Bolsonaro, anunció que desistía de ser candidato por el Partido de los Trabajadores, responsabilidad que confió en Fernando Haddad.

Su renuncia no le impidió permanecer en el centro de la disputa política. Desde la celda de Curitiba mantiene el comando de la campaña Haddad con quien se reúne regularmente.

Bajo la consigna «Haddad es Lula”, el ex intendente petista de San Pablo creció de forma acelerada en las encuestas, quintuplicando su intención de voto en dos semanas. Según Ibope tiene el 22 por ciento contra el 27 del capitán retirado del Ejército Jair Bolsonaro.

Y en las encuestas sobre un eventual balotaje, Haddad se perfila como posible vencedor gracias a los votos heredados de su hacedor político Lula.

Página 12


STF AUTORIZA ENTREVISTAS DE LULA À FOLHA E A FLORESTAN FERNANDES JÚNIOR

O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski autorizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conceder entrevista para a Folha de S.Paulo. Ele está preso desde 7 de abril, após ter ordem de prisão emitida sem o esgotamento de todos os recursos judiciais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por seu turno, negou, na quarta-feira (26), um recurso impetrado pela Coligação «O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS)» e manteve o ex-presidente proibido de gravar áudios e vídeos, para a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão do presidenciável Fernando Haddad (PT). Lewandowski também que Lula conceda entrevista ao jornalista Florestan Fernandes Júnior. Lula pode gravar entrevistas para o programa Voz Ativa, da Rede Minas, apresentado por Florestan. A principal liderança popular do Brasil também poderá conceder entrevistas para o El País e para a Rádio Inconfidência (MG).

Em despacho, Lewandowski libera o jornalista acompanhado dos equipamentos necessários à captação de áudio, vídeo e fotojornalismo, caso seja do interesse do ex-presidente. «Julgo procedente a reclamação para cassar a decisão reclamada, nos termos do art. 992 do CPC, restabelecendo-se a autoridade do STF exarada da decisão no acórdão da ADPF 130/DF, determinando que seja franqueado ao reclamante e à equipe técnica, acompanhados dos equipamentos necessários à captação de áudio, vídeo e fotojornalismo, o acesso ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fim de que possa entrevistá-lo, caso seja de seu interesse», diz o ministro na decisão.

Neste mês de setembro, o ministro do TSE Sérgio Banhos havia rejeitado um pedido de Lula para gravar áudios e vídeos destinadas à propaganda eleitoral. A mesma decisão havia sido tomada em julho pela juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena dele na Operação Lava Jato.

A impossibilidade de o ex-presidente gravar vídeos de dentro da prisão em Curitiba (PR) já haviam chamado a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que, em agosto, pediu ao Estado brasileiro que garantisse os direitos políticos de Lula até a análise de todos os recursos judiciais, o que não foi acatado pelo Judiciário.

Mesmo preso, Lula já recebeu diversas manifestações de solidariedade no Brasil e no mundo, em países como Portugal, Espanha, Argentina, Estados Unidos e México. Sem poder gravar vídeo e conceder entrevistas, o ex-presidente agora vê a sua transferência de votos dar cada vez mais resultado. Haddad aparece na segunda posição nas pesquisas eleitorais e já ganha do líder Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.

Brasil 247


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