Marielle Franco: el procurador general de Río de Janeiro dice que fue un crimen político

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‘Foi um crime político’, diz procurador-geral de Justiça do Rio sobre caso Marielle

O procurador-geral do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, se reuniu nesta quarta-feira com familiares da vereadora Marielle Franco e representantes da Anista Internacional. O encontro, realizado na véspera de completar três meses da morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes, teve como objetivo cobrar respostas do Ministério Público do Rio (MPRJ) sobre as investigações.

Durante a reunião, que teve a participação dos pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco Silva; da viúva Monica Benício; e da coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional, Renata Néder, Gussem reafirmou que já foi criado um grupo específico para acompanhar os trabalhos da polícia, e disse acreditar que o crime foi político e premeditado:

– Foi um crime executado de uma forma bem planejada, muito pensada, muito premeditada. O crime é extremamente grave por que atenta contra os direitos humanos. Sabemos que, sem dúvida alguma, foi um crime político para calar uma das maiores, se não a maior, representante de direitos humanos hoje em dia do nosso país. Tentaram calar a comunidade. As autoridades têm o compromisso da busca pelo esclarecimento com três, com quatro, com cinco meses. Não é encontrar qualquer culpado. É encontrar o verdadeiro culpado. – disse Gussem, que completou:

– Nós recebemos familiares da vereadora Marielle e representantes da Anistia Internacional, que vieram nos trazer um ofício. Reafirmamos o nosso compromisso com a elucidação do homicídio de Marielle e de Anderson, e não estamos poupando esforços na busca dos esclarecimentos necessários. Porque é importante chegarmos aos verdadeiros culpados. É óbvio que uma investigação dessa magnitude, dessa complexidade, leva um período significativo. Não estamos abrindo mão de qualquer tipo de informação ou de relacionamento do MPRJ com todas as instituições de âmbito estadual e federal, e isso tem contribuído para buscar os verdadeiros culpados.

Antes do encontro, os familiares de Marielle participaram de um ato organizado pela Anistia Internacional para cobrar respostas sobre o caso. Os voluntários da Anistia tocaram cornetas em frente ao Ministério Público, e através de um alto falante, cobraram a identificação de quem matou Marielle e do mandante do crime.

A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, pode ter começado a ser planejada no ano passado. Investigadores que apuram o caso, considerado o mais difícil da história da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), avaliam se a parlamentar estava sendo alvo de uma escuta clandestina em seu gabinete, no nono andar da Câmara dos Vereadores. A suspeita acontece porque assessores de Marielle, ao voltarem do recesso de fim de ano, no início de fevereiro, perceberam que as placas do teto da sala da vereadora haviam sido alteradas. A hipótese é de que o “grampo” tenha sido retirado durante as férias coletivas.

Imagens do circuito interno do Palácio Pedro Ernesto mostram o momento em que um homem escalou o prédio, em fevereiro. Ao tomar conhecimento do caso, um mês antes do ataque a Marielle, o vereador Tarcísio Motta (PSOL) pediu ao presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), que fizesse uma varredura em todos gabinetes, mas ele não foi atendido. O caso chamou atenção da DH, que tem pedido, com frequência, imagens da época para a segurança da Casa.

Extra GLobo


Brasil: Asesinato de Marielle Franco aún no tiene respuestas

¿Quién mató a Marielle Franco? Es la pregunta que siguen haciéndose los brasileños tres meses después del brutal asesinato de la concejal negra, convertida en símbolo de la defensa de los derechos humanos.

«Es fundamental seguir exigiendo justicia, principalmente porque vivimos en un país que tiene la memoria corta», dijo la viuda de Marielle, Monica Benício, en un acto organizado este miércoles por Amnistía Internacional frente a la fiscalía en Rio de Janeiro.

Aunque los primeros indicios apuntan a que las milicias parapoliciales estarían detrás de este crimen, el ministro de Seguridad Raúl Jungmann reconoció que aún hay muchos interrogantes.

«Este es un crimen de desenlace complejo. Hasta donde yo sé, aún no se tiene información del móvil. ¿Cuál fue la amenaza? ¿Cuál fue el conflicto en el que Marielle se envolvió para que sucediese esta tragedia con ella?», se preguntó Jungmann en declaraciones a la radio CBN.

El ministro también remarcó que otros casos emblemáticos tardaron en resolverse más de 90 días.

Entretanto, Amnistía enfatizó en un comunicado que «la falta de justicia es insoportable» especialmente para «otros defensores de los derechos humanos que ahora caminan mirando a su alrededor con miedo».

Y destacó el alto grado de preparación del crimen. «Las cámaras de circuito cerrado de televisión cercanas a la escena habían sido apagadas poco antes de efectuarse los disparos», aseguró, basándose en reportes de prensa.

También agregó, en base a esas notas, que el arma usada «podría haber sido tomada de un arsenal perteneciente a la Policía Civil», la misma que investiga el caso.

Hasta el momento, el concejal Marcello Siciliano y el expolicía Orlando Oliveira de Araújo, detenido desde finales del año pasado, están siendo investigados por el caso.

Ambos se habrían sentido irritados por acciones comunitarias de Franco en la empobrecida zona oeste de Rio, donde el concejal tiene intereses electorales y De Araújo dirigía una milicia, según un testigo.

Siciliano niega esas acusaciones.

Marielle Franco, una socióloga de 38 años de la violenta favela de la Maré y concejal del Partido Socialismo y Libertad (PSOL), fue acribillada a tiros el 14 de marzo dentro de su carro en el centro de Rio junto al conductor Anderson Gomes.

El crimen generó multitudinarias manifestaciones en Brasil y pedidos de justicia en el exterior.

Franco era una firme defensora de minorías, en particular de las mujeres negras y de la comunidad LGBT, y una aguerrida crítica de la violencia policial en las favelas y de la intervención militar en Rio, ordenada este año por el presidente Michel Temer.

En 2008, había sido asesora de una comisión parlamentaria (CPI) que se atrevió a desenmascarar a las temibles milicias, integradas principalmente por expolicías y policías.

La República


Anistia Internacional pressiona Ministério Público por respostas no caso Marielle Franco

A Anistia Internacional realiza, na manhã desta quarta-feira (13), no centro do Rio de Janeiro, a Ação por Marielle”. O objetivo, segundo a entidade, é exigir que o Ministério Público exerça seu poder de investigação no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

“Para garantir a competência e independência na apuração do caso, o Ministério Público deve exercer seu poder de investigação e cumprir seu papel de controle externo das atividades policiais através de seus grupos especializados. É preciso ainda que o processo seja realizado em tempo hábil, siga todos os padrões éticos e o devido rito legal”, disse Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional.

De acordo com a entidade, “há três meses não há respostas sobre o que levou ao assassinato da defensora de direitos humanos, Marielle Franco, e seu motorista Anderson Gomes. O Ministério Público do Rio de Janeiro deve atuar estrategicamente no caso, com a participação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO). Deve ainda monitorar a atuação da Polícia Civil na investigação. Nada disso foi feito até o momento”.

O comunicado diz ainda que “em três meses, pouco foi esclarecido sobre o caso pelas autoridades. Sabe-se através da mídia que as câmeras próximas ao local do crime foram desligadas, que quem apertou o gatilho possuía treinamento para manusear o armamento e que a munição utilizada foi desviada de um lote vendido à Polícia Federal. Além disso, a arma empregada, uma submetralhadora, é de uso restrito das forças de segurança e pode ter sido desviada do arsenal da própria Polícia Civil, que investiga o caso”, diz a nota.

“Marielle dedicou sua vida à luta por direitos. Ao denunciar violações, em especial contra jovens negros de favelas e periferias, mulheres e pessoas LGBTI, além de abusos cometidos por policiais, ela cumpria um papel fundamental para a manutenção do Estado de Direito. Calar a sua voz representa uma grave ameaça a todos e todas que denunciam injustiças. Este crime não pode ficar sem solução”, completou Jurema.

A Anistia Internacional reitera ainda “a necessidade de as autoridades renovarem seu compromisso público com a resolução do crime e se pronunciarem sobre a imparcialidade das investigações. Isso porque é crucial não apenas a identificação do responsável pelos disparos, mas também dos autores intelectuais dos homicídios. O sigilo do caso tem como objetivo garantir a eficácia das diligências investigatórias, mas o silêncio sobre o caso reforça a sensação de impunidade. Por isso o Ministério Público também deve agir para solucionar o caso”, encerra a nota.

Revista Fórum

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