Canciller asume criticando a Venezuela y Delcy Rodríguez dice que “comenzó con mal pie”

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Aloysio Nunes assume Itamaraty com críticas à ‘escalada autoritária’ na Venezuela

Em cerimônia no Palácio do Itamaraty na noite desta terça-feira, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores criticando o que chamou de «escalada autoritária» na Venezuela. Ele afirmou ainda que o governo brasileiro está preocupado com a crise humanitária no país vizinho.

— Não posso deixar de lembrar a preocupação, cada vez mais presente, com a escalada autoritária do governo venezuelano, que nos últimos anos esteve presente entre os grandes temas em debate. A nossa posição frente à Venezuela é emblemática do papel que queremos desempenhar na América Latina e no mundo. Nossa solidariedade irrestrita com aqueles que lutam pela liberdade nesse país irmão é a reafirmação do princípio constitucional da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais do Brasil democrático — disse no discurso na solenidade de transmissão de cargo.

Depois de falar da importância do Mercosul e anunciar que amanhã embarca para Buenos Aires para encontro com ministro desses países, voltou a falar da Venezuela.

— A situação na Venezuela continua a nos preocupar. Queremos uma Venezuela próspera e democrática, sem presos políticos e com respeito à independência dos poderes, um país irmão capaz de reencontrar o caminho do progresso para o bem de sua gente.

O novo chanceler elencou como uma das prioridades de sua gestão um novo patamar de relacionamento com a África. O novo ministro afirmou também que está na ordem do dia o acordo com o Mercosul e a União Europeia, fato que poderá proporcionar um salto nas relações do Brasil com a Europa.

No discurso de despedida, o ex-chanceler José Serra aproveitou para fazer balanço de sua gestão. Ele destacou como ponto importante de seu período como chanceler a reorientação da política externa em um contexto de grande instabilidade. O ex-ministro agradeceu ao presidente Michel Temer pela oportunidade de ocupar o cargo, que ele chamou de «uma das mais singulares e fascinantes» experiências de sua vida.

TEMER ANULA DEVOLUÇÃO DA CAMEX

Antes de tomar posse, Aloysio travou e venceu uma queda de braço com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, pela manutenção, em sua pasta, da Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

O órgão tinha sido tirado do MIDIC em negociação do presidente Michel Temer para que o ex-ministro José Serra (PSDB-SP) assumisse o Itamaraty. Com a saída de Serra, Temer cedeu a pressão de Marcos Pereira e setores da Indústria, e assinou na segunda-feira um decreto devolvendo a Camex ao órgão. Ao saber da mudança sem ser consultado, Aloysio reagiu com irritação e se negou a tomar posse com o esvaziamento da pasta.

Na tarde desta terça, antes da cerimônia de posse, Temer publicou outro decreto anulando o anterior e mantendo o órgão no Itamaraty. Empossado, o ministro Aloysio Nunes admitiu ter pedido a Temer mais tempo para fazer uma transição, se mantiver a decisão de atender á pressão do ministro Marcos Pereira.

— Eu pedi ao presidente Temer e ao ministro Marcos Pereira mais tempo para que façamos uma transição gradual, com tranquilidade. A decisão está nas mãos do presidente Temer. O importante é que essa seja uma transição tranquila. Os técnicos do Ministério do Desenvolvimento e do Itamaraty trabalham numa sintonia muito boa. A localização topográfica da Camex é o de menos. O importante é o trabalho que vai ser executado pelo órgão — disse Aloysio.

Senadores tucanos explicaram que, na conversa com Temer, Aloysio explicou que estão em andamento várias ações da Camex junto ao Ministério das Relações Exteriores, justamente para ajudar na aceleração de retomada de investimentos estrangeiros no País.

O novo decreto, publicado na tarde desta em edição extra do Diário Oficial da União, diz que «os dispositivos revogados ou que tiveram a redação alterada pelo Decreto 8.997, de 2017, ficam, respectivamente, revigorados ou com a sua redação anterior restabelecida».

O Globo


Venezuela rechaza declaraciones del nuevo canciller de Brasil

Ante la denuncia del nuevo canciller de Brasil, Aloyso Nunes, sobre la supuesta «escalada autoritaria que se vive en Venezuela», su homóloga venezolana, Delcy Rodríguez fustigó las declaraciones y aseguró que Nunes «debería verse en el espejo de su predecesor, José Serra, quien renunció por corrupción».

El canciller brasileño aseguró en su primer discurso que mantendrá la «línea crítica hacia el Gobierno de Nicolás Maduro». Nunes, de 72 años defiende la aplicación de las llamadas «cartas democráticas» del Mercosur y la Organización de Estados Americanos (OEA) y defiende a «quienes luchan por la democracia en Venezuela».

Rodríguez afirmó que la diplomacia del derechista Nunes y en general del Gobierno interino de Michel Temer en Brasil «no es la diplomacia que necesitan los pueblos» de América Latina.

TeleSur


Aloysio Nunes viaja nesta quarta para reunião de chanceleres do Mercosul

Novo chanceler do Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira avalia que nenhum desafio que tem pela frente é pequeno. Prometeu fazer valer a voz do Brasil nos fóruns de meio ambiente, econômicos e de democracia. Nesta quarta-feira ele viaja para a sua primeira reunião de chanceleres do Mercosul, onde a pauta é conjuntura e a convergência entre o bloco e os países que integram a aliança do Pacífico.

— No Ministério das Relações Exteriores não tem nenhum retratinho 3X4, só outdoor, só coisa grande a fazer. O Brasil é muito importante não só na América Latina, mas no mundo. No Brasil, o povo cada vez mais se interessa por política externa. Nossa principal missão será gerar fatos para impulsionar a retomada da economia em nosso país. O Brasil tem muita coisa a dizer ao Mundo — declarou Aloysio Nunes.

E o Brasil, disse, tem muito o que dizer principalmente sobre questões de direitos humanos, como a exigência do cumprimento das cláusulas democráticas dos integrantes do Mercosul. Diz que esse é um princípio de prevalência na Constituição do Mercosul.

Hoje, especialmente, Aloysio Nunes está preocupado com a situação do opositor do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Leopondo López, preso e condenado a 14 anos pelo Tribunal Superior de Justiça esse mês. Ontem terminou um isolamento de 15 dias imposto a López como castigo por, supostamente, ter desrespeitado verbalmente agentes penitenciários na cadeia de Ramo Verde.

— O isolamento teria sido encerrado ontem. Se trata de uma medida arbitrária de perseguição política. Eu quero saber agora se a família de Leopoldo já teve condições de vê-lo. Um país que tem preso político não é democrático — disse Aloysio Nunes.

O Globo

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