Crisis carcelaria: un nuevo motín deja al menos 26 muertos en Natal

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Governo do Rio Grande do Norte confirma 26 mortes em rebelião

Pelo menos 26 presos morreram durante a rebelião que aconteceu neste sábado (14) na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN). A informação é da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Norte.

Inicialmente, o governo informou que havia pelo menos dez mortos, e depois subiu o número de vítimas para 27. No começo da noite deste domingo (15), no entanto, informou que um corpo havia sido contado duas vezes, baixando o total de presos assassinados no motim para 26.

A rebelião foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime. Segundo o governo, todos os mortos são ligados ao Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim.

A matança é mais um capítulo da crise penitenciária no país: é o terceiro massacre em presídios em apenas 15 dias. No total, 134 detentos já foram assassinados somente neste ano, 36% do total do ano passado, quando 372 presos foram mortos.

O Estado alugou um caminhão-frigorífico para transportar e abrigar as vítimas do massacre. Os corpos continuam dentro do presídio 24 horas depois do conflito, que começou no fim da tarde de sábado e foi controlado por volta das 8h (horário de Brasília) deste domingo (15), de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública.

Segundo Marcos Brandão, diretor do Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia), os corpos estão mutilados. Quase todos foram decapitados e dois foram carbonizados –o que deve dificultar o trabalho de identificação.

Segundo o governo estadual, as vítimas começarão a ser identificadas a partir de segunda-feira (16) e o trabalho completo durará 30 dias –em Roraima, onde um motim deixou 33 mortos no dia 6, o governo demorou pouco mais de um dia para divulgar uma lista com os nomes de 31 vítimas.

Não há marcas aparentes de perfuração por balas nos corpos, apenas por instrumentos cortantes, segundo Brandão –ainda é preciso fazer necropsia nos corpos para identificar as causas de morte.

Agentes encontraram dentro do presídio uma pistola caseira, de um cano feita manualmente, e granadas não letais, que não foram usadas, diz o governo.

O aluguel do caminhão tenta suprir a deficiência estrutural do IML de Natal, o Itep, para onde serão encaminhados os mortos. Médicos-legistas da Paraíba foram convocados para ajudar a equipe, que está reduzida.

Durante a tarde, som de bombas de efeito moral foi ouvido do lado de fora da penitenciária. Presos gritaram dizendo que estavam sem água.

Em frente, mulheres dizem que vão dormir na porta do presídio até o governo forneça informações mais completas sobre quantos estão vivos e mortos.

«É uma situação triste. A gente não esperava. Ficamos sem saber quem morreu», diz Marinês Conceição que espera informações do marido que está no pavilhão 2.

Mulheres de presos ligadas ao PCC e ao Sindicato do Crime, facções envolvidas no motim, dizem ter armas e ameaçam confronto entre rivais na área externa do presídio.

MORTES EM PRESÍDIOS

Com mais essas 26 mortes, o número de assassinatos em presídios pelo país chega a 134 casos nas primeiras duas semanas do ano. As mortes já equivalem a mais de 36% do total registrado em todo ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos –média de uma morte a cada dia nas penitenciárias do país. O Estado do Amazonas lidera o número de mortes em presídios com 67 assassinatos, seguido por Roraima (33).

No dia 1° de janeiro, um massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou deixa 56 mortos em Manaus (AM), após motim que durou 17 horas. No dia seguinte, mais quatro detentos morrem na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus.

Seis dias depois, uma rebelião na cadeia de Raimundo Vidal Pessoa deixou quatro mortos. Logo em seguida, três corpos foram encontrados em mata ao lado do Compaj. Com isso, subiu para 67 o total de presos mortos no Amazonas.

No dia 4 de janeiro, dois presos são mortos em rebelião na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos, no Sertão da Paraíba. Dois dias depois, 33 presos são mortos na maior prisão de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista.

Na tarde de quinta (12), dois detentos foram mortos na Casa de Custódia, conhecida como Cadeião, em Maceió (AL). O presídio, destinado a abrigar presos provisórios, fica dentro do Complexo Penitenciário, em Maceió (AL). Jonathan Marques Tavares e Alexsandro Neves Breno estavam nos módulos 1 e 2 da cadeia, respectivamente.

No mesmo dia, dois presos foram mortos em São Paulo, na Penitenciária de Tupi Paulista (a 561 km da capital paulista). A Secretaria da Administração Penitenciária informou que eles morreram durante uma briga em uma das celas.

Neste domingo (15), uma fuga na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná, deixou dois mortos. Um grupo explodiu, pelo lado de fora, um muro da penitenciária, que concentra membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo agentes penitenciários ouvidos pela Folha.

Folha de S. Paulo


No Twitter, Temer diz que acompanha situação em presídio do RN

O presidente Michel Temer disse neste domingo, por meio do Twitter, que tem acompanhado a situação no Rio Grande do Norte, onde uma rebelião iniciada no sábado deixou ao menos dez mortos. Temer informou ter determinado ao ministro da Justiça, Alexandre de Morais, que prestasse todo o auxílio necessário ao governo do estado.

A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN), foi controlada após pouco mais de 14 horas. Os detentos iniciaram o motim às 17h de sábado (horário local, 18h em Brasília) e se renderam depois que a Tropa de Choque da Polícia Militar entrou nos pavilhões. Segundo a Secretaria de Segurança, não houve troca de tiros. Há ao menos dez mortes confirmadas durante a rebelião, de acordo com o governo do estado. Em entrevista à GloboNews, o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Walber Virgolino, disse que o número de mortos «passa de dez».

Uma reunião entre o ministro da Justiça e secretários de Segurança de todo o país, que já estava programada, acontecerá na próxima terça-feira. Na pauta, serão discutidas as medidas imediatas para a crise do sistema penitenciário.

O secretário de Justiça, disse, em entrevista coletiva na manhã deste domingo, que já foram identificados ao menos seis presos que comandaram a rebelião.

LIBERAÇÃO DE RECURSOS

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, autorizou a liberação de recursos federais para reforçar a segurança no presídio Alcaçuz no Rio Grande do Norte. Em nota, o ministro informou que conversou com o governador Robson Faria, que pediu os recursos. Parte dos R$ 13 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) que tinham sido liberados para o estado aplicar em presídios, segundo o ministério, será destinada para o reforço na segurança do Alcaçuz, com compra de equipamentos e modernização das instalações.

Na nota, o ministro também lamentou as mortes ocorridas na rebelião no Rio Grande do Norte e ainda agradeceu a atuação da polícia local por ter evitado fugas e controlado a situação.

«O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, lamenta as mortes ocorridas na rebelião na Penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. E agradece, em nome do presidente Michel Temer, o empenho das forças policiais que atuaram em defesa da sociedade, evitando fugas e controlando a situação».

A nota informa ainda que o governador ligou para Moraes, com quem já havia conversado ontem, informando que a rebelião havia se encerrado. Segundo o ministério, o governador agradeceu «o apoio da Força Nacional, que está no estado desde o ano passado e cuja presença por mais 60 dias já havia sido autorizada pelo Ministério da Justiça e Cidadania na semana passada».

A rebelião no Rio Grande do Norte é mais um capítulo da crise do setor penitenciário, que já teve rebeliões em cadeias do Amazonas e de Roraima. Na sexta-feira, a Bahia registrou duas fugas em massa. Após a explosão de um muro, presos fugiram na madrugada deste domingo da Penitenciária Estadual de Piraquara I, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). A Polícia Militar reagiu, e duas pessoas morreram na fuga. No presídio de Ibirité, em Minas Gerais, outras dez fugas foram registradas na madrugada deste domingo.

Globo


Fuga de presos de penitenciária no Paraná deixa dois mortos

A fuga de 23 presos da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP 1), na Região Metropolitana de Curitiba, provocou a morte de dois presos. Quatro suspeitos de terem participado da ação que fizeram uma família de Quatro Barras, cidade vizinha ao local do presídio, como refém já foram detidos. Eles estavam com armas de alto calibre e se entregaram sem resistência.

A fuga teve início perto das 7 horas, quando foram ouvidas as primeiras explosões nos muros da cadeia, realizadas por homens que estavam do lado de fora do presídio. Por causa disso, a segurança do Estado determinou o cancelamento de todas as visitas por uma semana e o fechamento de todos os acessos aos portões até que a situação esteja totalmente normalizada.

Segundo informações do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen), um grupo de presos da Casa de Custódia de Piraquara (CCP) iniciou uma briga com o objetivo de atrair a atenção dos policiais ao mesmo tempo em que os muros eram explodidos.

A falta de informações e a troca de tiros, que deixou dois presos mortos, provocou apreensão do lado de fora. Em entrevista à Rádio Banda B, uma senhora, que pediu anonimato, foi visitar o marido e relatou o pânico. “Estamos aqui do lado de fora tentando entender o que aconteceu”, afirmou.

Por causa da fuga, a polícia promoveu bloqueios nas estradas próximas, como a BR-116 e o Contorno Leste.

Estadao Brasil

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