Lula habla con von der Leyen sobre el acuerdo Mercosur-UE
Por Sabrina Craide
El avance de las negociaciones sobre el acuerdo entre el Mercosur y la Unión Europea fue el tema de una conversación telefónica entre el presidente Luiz Inácio Lula da Silva y la presidenta de la Comisión Europea, Ursula Von der Leyen, en la tarde del lunes (20).
Según la oficina de prensa del Poder Ejecutivo, la conversación duró cerca de media hora y abordó los puntos finales del acuerdo entre los dos bloques. «Los dos acordaron seguir de cerca el trabajo de los negociadores en los próximos días y está previsto que se reúnan de nuevo la próxima semana durante la COP28 en Dubai, Emiratos Árabes Unidos.»
La finalización del acuerdo también fue abordada recientemente en las conversaciones entre Lula y el presidente del Gobierno español, Pedro Sánchez, que ejerce el turno de mando del bloque europeo.
El gobierno brasileño preside el Mercosur hasta el 7 de diciembre, tres días antes de la toma de posesión del presidente electo de Argentina, Javier Milei, que ya ha abogado por la salida de Argentina del bloque económico. Posteriormente, Milei dio marcha atrás y comenzó a abogar por cambios en el Mercosur, del que también forman parte Uruguay, Brasil y Paraguay.
Aprobado en 2019 tras 20 años de negociaciones, el acuerdo Mercosur-UE debe ser ratificado por los parlamentos de todos los países de los dos bloques para entrar en vigor. En las negociaciones participan 31 países.
Lula conversa com presidente da Comissão Europeia em ‘impulso político’ pelo acordo Mercosul-UE
Por Ricardo Abreu, Guilherme Balza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone na tarde desta segunda-feira (20) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. Segundo o governo, a ligação durou cerca de meia hora e tratou sobre o andamento das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia.
«Os dois concordaram em acompanhar de perto o trabalho dos negociadores nos próximos dias e deverão voltar a se encontrar na próxima semana, durante a COP 28, em Dubai, Emirados Árabes», informou nota do governo.
Fontes do Itamaraty acreditam que a ligação entre Lula e Von der Leyen “ajuda como um impulso político” a essas negociações. No fim da semana que vem, os diplomatas vão avaliar se ainda haverá pendências e o que será preciso fazer para finalizar tudo a tempo da cúpula do Mercosul. O bloco já destacou que, após 20 anos de negociações, esta é a janela ideal para se finalizar de forma rápida o acordo comercial.
Ainda no contexto das negociações políticas pelo acordo comercial, o presidente Lula, após participar da COP 28 nos Emirados Árabes, em novembro, seguirá para a Alemanha, para uma visita oficial ao chanceler alemão Olaf Scholz. O governo brasileiro entende que, neste encontro bilateral, também haverá um esforço de Lula para que haja um entendimento por um acordo.
Durante os meses de setembro e outubro, negociadores dos dois blocos se reuniram, presencial e virtualmente, e diplomatas que participam ativamente da negociação destacam que “houve avanços significativos nas últimas semanas”. Representantes do Mercosul reafirmaram aos europeus compromissos já assumidos, sobretudo a respeito do desenvolvimento sustentável e de comércio.
Apesar dos avanços, todos os lados ainda adotam a cautela sobre a conclusão do acordo, negociado desde 1999. Dois temas, inclusive, foram apontados como os de maior dificuldade para um entendimento entre blocos: compras governamentais e políticas de desmatamento.
Compras governamentais
A União Europeia defende a participação de empresas dos países-membros dos dois blocos, em condição de igualdade, de licitações governamentais em todos os países pertencentes ao acordo. O Brasil, a pedido do presidente Lula, defendeu a retirada desse ponto do acordo. Lula inclusive reforçou aos europeus que não abre mão do ponto das compras governamentais nas negociações do acordo entre a UE e o Mercosul. Segundo fontes da diplomacia brasileira, a União Europeia demonstrou estar aberta a um acordo nessa questão.
Nova lei europeia do desmatamento
A nova lei europeia dá à UE o poder de anular concessões que foram negociadas durante 20 anos. Para negociadores brasileiros, o ponto não é razoável para o Brasil e o Mercosul. O Brasil busca um mecanismo que permita, no caso dessa lei ser aplicada, uma compensação pra reequilibrar o acordo comercial entre os dois blocos, visto que a lei europeia poderia ameaçar as exportações do Mercosul.