Brasil | Joaquín Barbosa, expresidente de la Corte Suprema dice que Bolsonaro es «un objeto despreciable» y pide votar por Lula

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Joaquim Barbosa diz que Bolsonaro é ‘abjeto, desprezível’ e pede voto em Lula

O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirma em um dos vídeos gravados em apoio à campanha do ex-presidente Lula (PT) que Jair Bolsonaro (PL) não é um homem sério. E mais: que o mandatário é visto por grandes democracias como «um ser humano abjeto, desprezível, uma pessoa a ser evitada».

A coluna teve acesso a um dos 12 vídeos enviados à campanha do petista em que o magistrado defende temas como a segurança do processo eleitoral e o voto útil no dia 2 de outubro.

«Em 2018, eu alertei os brasileiros de que Jair Bolsonaro seria uma péssima escolha para a Presidência da República. Bolsonaro não é um homem sério, não serve para governar um país como o nosso, nas está à altura, não tem dignidade para ocupar um cargo dessa relevância», afirma Barbosa.

«Nas grandes democracias, Bolsonaro é visto como um ser humano abjeto, desprezível, uma pessoa a ser evitada. Esse isolamento é muito ruim para o nosso país. Nós perdemos muitas oportunidades com isso. É preciso votar já em Lula no primeiro turno para encerrar essa eleição no próximo domingo», finaliza.

O gesto do ministro aposentado foi obtido em meio a um esforço da equipe de Lula para conseguir apoios estratégicos, de nomes não alinhados ao PT, na tentativa de atrair indecisos e o voto útil de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) ainda dispostos a trocar de candidato.

O ministro aposentado foi indicado à cadeira na corte pelo próprio ex-presidente, mas depois tornou-se algoz do PT. Barbosa presidiu o STF e foi relator do mensalão, processo que atingiu em cheio o governo Lula.

Como mostrou a Folha, na sequência de vídeos gravados Barbosa lembra que foi integrante do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que, por ter composto a corte, assegura a segurança e transparência das eleições, além da capacidade de acompanhamento do processo, que não pode ser questionada.

O ministro ainda diz que Bolsonaro representa um risco à democracia e conclui dizendo que Lula é o único que pode derrotar o atual presidente, justificando o voto como forma de proteger a democracia.

Em julho, Barbosa já havia criticado as declarações do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sobre a segurança das urnas eletrônicas.

«Disse o general: ‘As Forças Armadas estavam quietinhas em seu canto e foram convidadas pelo TSE…’. Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto», afirmou Barbosa.

Depois, em agosto, o ex-presidente do STF assinou a «Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito».

Barbosa havia se filiado ao PSB em abril de 2018 e recebeu apelos do partido para disputar a eleição. Por motivos pessoais, porém, o ex-ministro optou por não concorrer à vaga. Neste ano, desfiliou-se também do PSB.

Na última semana, Lula viu uma série de figuras públicas anunciar apoio à candidatura do petista logo no primeiro turno.

Entre eles o ex-ministro Henrique Meirelles e o ex-senador Cristovam Buarque, que participaram de ato com Lula na segunda (19), e o advogado e professor Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment que resultou na cassação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Folha de S.Paulo

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