Grupo de Lima passa recibo de fiasco – Por Gilberto Maringoni

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Por Gilberto Maringoni

Não tenho nenhuma fonte segura sobre o que ocorreu hoje na reunião do Grupo de Lima, em Bogotá. O que sei está publicado nos portais da imprensa brasileira e colombiana.

Com essas informações, a única conclusão possível é que o convescote foi um fiasco. O «El Espectador» (Colômbia), em nota curta, destaca a declaração de Hugo de Zela, vice-chanceler peruano: «O uso da força não é uma solução para o que está acontecendo na Venezuela. (…). O Grupo Lima tem apoiado uma solução pacífica».

Com a maior cara limpa, o diplomata faz um giro de 180 graus na tática que valia até sábado e não explica ao distinto público o que aconteceu.

O UOL, por sua vez, relata que Mike Pence, vicepresidente dos EUA, destilou bravatas no conclave: [Pence] «fez ameaças aos militares que mantêm Nicolás Maduro no poder (…). ‘Façam a escolha certa por suas famílias e fiquem ao lado de Guaidó'».

Sem querer, o representante da casa Branca escancara Guaidó como um mascote do Império, o sujeito que clama por uma invasão externa em seu país. Se encomendasse, Maduro não receberia presente melhor para rechear seu próximo discurso em rede nacional.

O nosso general Hamilton Mourão decidiu não passar ao largo da pândega. Revelou ao mundo: «Sabemos reconhecer que Venezuela não conseguirá se livrar sozinha da opressão do regime chavista». Recibo maior da legitimidade alcançada pelo governo venezuelano não poderia haver. Se não pode se livrar sozinha é porque Maduro tem alguma legitimidade, não?

Escrevi ontem que o presidente venezuelano obteve vitória espetacular. Reitero: ele não venceu o imperialismo ou a articulação golpista. Ele venceu ESTA tática de tentar pressionar a partir de fora – com embargos e «ajuda humanitária» -, apoiando-se numa hipotética mobilização interna, a cargo de Juán Guaidó.

O jovem parlamentar não mobiliza nem a própria família. A grande articulação internacional para salvar a Venezuela embatumou como bolo sem fermento.

A aliança reacionária seguirá com pressões, calúnias e cerco econômico. Mas ao longo da manhã desta segunda (25), o Grupo de Lima reconheceu, de forma envergonhada, que ataques baseados em fumaça não costumam dar certo.

A luta continua. Como costuma acontecer…

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