Para Temer, declaração de comandante do exército foi «liberdade de expressão»
Michel Temer minimizou as declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que disse que a instituição militar «julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade», em uma espécie de pressão para que o Supremo Tribunal Federal (STF) vote nesta quarta-feira (4) de forma contrária ao habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Temer, o general fez uso da «liberdade de expressão».
«O que dá estabilidade ao país é o cumprimento rigoroso da Constituição, daquilo que a soberania popular no Brasil conduziu», disse Temer. «A ordem jurídica é que estabelece as relações sociais, que regula as relações sociais», completou em seguida. Para ele, «a Constituição foi pródiga nessa matéria. Enfatizou em várias passagens a liberdade de informação em consequência a liberdade de imprensa. É da ordem jurídica que nasce a liberdade de expressão e de imprensa».
Após a declaração de Villa Bôas no Twitter, feita nesta terça-feira (3), diversos generais da reserva e da ativa também se manifestaram prestando apoio ao comandante e um deles chegou a afirmar que «tinha a espada ao lado» e que «aguardava ordens». Por meio de nota, o Ministério da Defesa disse que o comandante do Exército «mantém a coerência e o equilíbrio», «reafirmando o compromisso da Força Terrestre com os preceitos constitucionais, sem jamais esquecer a origem de seus quadros que é o povo brasileiro» e que ele havia manifestado «sua preocupação com os valores e com o legado que queremos deixar para as futuras gerações».